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Registo de autoridade
Arqueólogo

Alarcão, Jorge de

  • Pessoa singular
  • 1934-

«Professor catedrático (aposentado) do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras de Coimbra.
Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras de Coimbra.
Pós-graduado em Arqueologia da Europa Ocidental pelo Instituto de Arqueologia da Universidade de Londres.
Doutor em Pré-história e Arqueologia pela Faculdade de Letras de Coimbra.
Doutor Honoris causa pelas universidades de Bordéus e Santiago de Compostela.
Foi Director do Instituto de Arqueologia da Faculdade de 1967-a 2002.
Foi coordenador científico do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto desde a fundação em 1993 até 2002.
Orientou, ou orienta, mais de quatro dezenas de teses de doutoramento e mestrado.
Foi, por três vezes, presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras de Coimbra. Foi, igualmente presidente do Conselho Científico da mesma Faculdade.
Foi vereador da Câmara Municipal de Coimbra, tendo tido a seu cargo o pelouro da Cultura, e membro da Assembleia Municipal».

Arnaud, J. Morais

  • Pessoa singular
  • 1946-

Presidente da Direção da Associação dos Arqueólogos Portugueses desde 1995, exercendo por inerência as funções de Diretor do Museu Arqueológico do Carmo.
Licenciado em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Especializou-se em Arqueologia na Universidade de Cambridge, Inglaterra.
Regressado a Portugal, desenvolveu um extenso conjunto de trabalhos arqueológicos no Centro e Sul do território nacional, estudando essencialmente a Pré-história recente e a Proto-história. Destacam-se o estudo dos povoados calcolíticos de Penedo do Lexim, Alcalar e Porto Torrão, e um Projeto interdisciplinar sobre os concheiros mesolíticos do Vale do Sado, que desenvolveu entre 1983 e 1988.
Foi arqueólogo do IPPC e IPPAR, tendo sido responsável pela elaboração dos primeiros cadernos de encargos e pela coordenação das equipas que elaboraram os primeiros estudos de impacto arqueológico desenvolvidos por essas entidades, nos finais da década de 80 e inícios da década de 90.
Foi um dos fundadores do IPA, entre 1997 e 1999, tendo coordenado o sector responsável pela avaliação dos estudos de impacte arqueológico de grandes empreendimentos públicos e privados.
Em 1999 fez provas públicas para Assessor do IPPAR, onde exerceu funções de Assessor do Presidente para assuntos arqueológicos, até à extinção daquele organismo.
De 2005 a 2008 exerceu funções de Assessor Principal junto da Direção do IGESPAR.
A partir de 2008 passou a dedicar-se à Associação dos Arqueólogos Portugueses, ao Museu Arqueológico do Carmo, e à consultoria no domínio da Arqueologia.

Gonçalves, José Pires

  • Pessoa singular
  • 1908-1984

«José Pires Gonçalves nasceu a 1 de Novembro de 1908 em Torre de Coelheiros. Era filho de José Pires Ramalho e de Maria Valadas Pires. Depois de concluir os estudos liceais na cidade de Évora, entrou na Faculdade Medicina de Lisboa. Concluído o curso, trabalhou em vários hospitais civis de Lisboa até que, em 1938, se estabeleceu em Reguengos de Monsaraz como médico de clínica geral. Tinha um profundo conhecimento das doenças infecciosas e praticava amiúde pequenas cirurgias de urgência, nomeadamente nos traumatizados de acidentes agrícolas, algo comum no concelho. Outra área em que se especializou, por necessidades da população que servia, foi a obstetrícia.
O interesse pela história local manifestou-se enquanto estudante em Lisboa, tendo, por diversas vezes, frequentado a Torre do Tombo, onde era director o seu grande amigo João Martins da Silva Marques (ilustre paleógrafo português). Aqui, conseguiu um leque alargado de importantes documentos históricos que lhe foram preciosos ao longo da sua carreira de investigador da história de Monsaraz e que hoje fazem parte do seu riquíssimo arquivo pessoal. Em 1962 publica a sua obra maior: “Monsaraz e o seu termo”, ainda hoje uma obra de referência para a nossa história local.
Para além da história, José Pires Gonçalves abraçou outro desafio “bíblico”: a arqueologia. O contacto permanente com o casal Leisner e, mais tarde, com Afonso do Paço, terá influenciado o seu interesse pela arqueologia local. Graças ao seu trabalho minucioso e persistente, conhecemos hoje um rico património megalítico que povoa todo o concelho de Monsaraz. As suas publicações nesta área são também hoje uma referência imprescindível para o nosso conhecimento da pré-história desta região.
A sua paixão pela história de Monsaraz e pelo rico património arqueológico levou-o, em 1972, a fundar o Grupo de Amigos de Monsaraz, juntamente com Guilherme Gião, Raul Miguel Rosado Fernandes, Mário Perdigão Garcia da Costa, António Bustorff Silva, entre muitas outras personalidades e figuras ímpares do concelho. Pertenceu ainda à Academia Portuguesa de História (como sócio correspondente), ao Instituto Português de Etnografia e ainda ao Centro Camuno de Estudos Pré-Históricos de Itália. Marcava presença assídua nas páginas do jornal A Palavra, onde publicava inúmeros trabalhos sobre a história e a arqueologia do concelho. Não é por acaso que Túlio Espanca se referia a ele como o “Cronista de Monsaraz”.
Faleceu em Reguengos de Monsaraz no dia 4 de Fevereiro de 1984».

Pina, Henrique Leonor

  • Pessoa singular
  • 1930-2018

Henrique Leonor Pina nasceu em Almeirim, em 1 de fevereiro de 1930, filho de Álvaro Júlio Pina e de Maria Leonor.
Passou parte da infância na sua terra natal, onde fez a escola primária, entre 1936 e 1940. Quando terminou a sua instrução primária, os pais buscaram outras terras, com melhores horizontes, no caso Montemor-o-Novo e, mais tarde, Évora, onde o mesmo continuou a escola secundária, até 1947, mais concretamente no Liceu Nacional André de Gouveia. Terminado o liceu, Leonor Pina fez o Magistério Primário, em Évora, entre 1948 e 1950.
Em 1952, casou com a eborense e colega Rosália da Conceição Moura, em Évora e tiveram uma filha, Maria João de Moura Pina.
Com pouco mais de 20 anos de idade regressou a Almeirim como professor do ensino primário, em exercício de 1950 até 1963 e com licença ilimitada até 1981, o que não invalidou a sua vontade de prosseguir os estudos no ensino universitário que concretizou como trabalhador estudante, licenciando-se em Histórico-Filosóficas pela Universidade Clássica de Lisboa, onde defendeu tese em Psicopedagogia, em 1960.
Foi professor do ensino técnico, entre 1960 e 1963 e sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Psicologia. Em 1963 deixou o seu lugar de professor para passar a desempenhar um lugar de psicotécnico numa empresa privada.
Foi também arqueólogo, entre 1959 e 1970, estudando a cultura megalítica em Portugal, sobretudo na região Alentejo (distrito de Évora). Na verdade, foi Henrique Leonor Pina que, nos meados dos anos 60 do séc. XX, descobriu, estudou e levou a cabo as escavações arqueológicas realizadas na Anta Grande do Zambujeiro, um dos maiores monumentos funerários da Península Ibérica, classificada monumento nacional em 2015; estudou, identificou e notificou o conjunto megalítico dos Almendres, considerado o maior conjunto de menires da Península Ibérica e classificado monumento nacional, em 2015; identificou o Cromeleque da Portela de Mogos, classificado Imóvel de Interesse Público, em 1997, entre outros.
Estes trabalhos arqueológicos foram realizados com a colaboração da sua esposa, Rosália da Conceição Moura, nomeadamente o trabalho de campo (escavações e pesquisas), na Herdade do Álamo e fazia as campanhas arqueológicas por conta própria com o suporte da Junta Distrital, que assumia o pagamento das jornas de homens e mulheres que integraram o seu grupo de trabalho.
Foi também bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Belas Artes. A atribuição desta bolsa iria permitir levar a cabo o estudo de alguns aspetos da cultura dolménica alentejana, especialmente no distrito de Évora, começando pelos monumentos dos arredores da cidade eborense e do concelho de Reguengos de Monsaraz.
A partir da década de 70 não fez mais trabalhos de campo. A escavação arqueológica da Anta Grande do Zambujeiro foi o seu último trabalho no terreno, mas não se desligou, nem tão pouco se esqueceu da arqueologia, pois levou a cabo visitas de estudo aos megálitos de Évora, fez comunicações em congressos, encontros, etc., e entregou o espólio proveniente da Anta Grande do Zambujeiro (Valverde), o qual foi depositado no Museu de Évora.
Em 1981, voltou a lecionar, no ensino secundário e fez a profissionalização em exercício de funções, entre 1982 e 1984. Desde 1988, e provavelmente até à sua aposentação, lecionou a disciplina História, na escola Secundária Machado de Castro em Lisboa, onde coordenou o projeto Minerva.
Aos 75 anos de idade escreveu Os Papéis de S. Roque, obra editada em 2005, e aos 84 anos surpreendeu com a sua faceta de artista plástico, quando apresentou uma exposição de pintura, intitulada Nunca é tarde, em 2014, na Galeria Municipal de Almeirim.
Henrique Leonor Pina faleceu em Santarém, a 20 de maio de 2018, aos 88 anos de idade.